domingo, 18 de junho de 2017

meu coração cheio de pelo

eu que não saí de casa a bater porta 

suprimi gritos engavetados 
atenta ao bafo do mundo pedindo que calasse a boca a qualquer gesto de afeto; 

vacilante quanto à sombra de antepassados desconhecidos, 

assino transtornos inexplicáveis dados às autoridades, essas que atrelam a mim responsabilidade por um mundo assombroso, entretanto ignoro-as em meu tribunal. 

carrego na face um susto profundo 
e assopro antes de levar à boca 

e mais outras besteiras que sem saber o porquê a gente aprende a resignar quando é hora de pisar no seu crânio pedindo que sorria. 

luz lá na frente do buraco que você tá metida até início da próxima vida, 

mas veja se é possível permanecer impávida diante do poder das águas e dos olhos que delas são fontes! 
és então gentil relevo, veludo meigura as veias rubras, posso esparramada entre o sedoso do amor me ausentar 

posso permecer por toda essa vida 

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