segunda-feira, 5 de junho de 2017

documentos são ilegítimos diante do que sentimos

nesse instante tive vontade
de agarrar o caderno
e te escrever um poema
falando das coisas bonitas,
daquelas no aguardo
a fim do sorrir
mais frouxo,
se por ventura acredita
nessa paixão,
no escuro,
receio de morte revelada
[em breve]
que te guardei
junto a recortes de instantâneas
felicidades incandescidas,
cuida desse zelo

[miro no lápis seu corpo
humilde]
e nos imagino unificadas
dadas aos sacrifícios da pele
rogando por semanas breves,
discursos afoitos,
e os vícios, alívio de quem sente

e sinto tanto por não oferecer
a seu prazer
consolo aos olhos
[todo dia]
estando tão nublado,
e vejo sua face mais uma vez
distorcida pela névoa
[me nega]
assim largo as folhas
e intento acompanhá-la

o girar dos dedos
com candura
é breve o
que teria a dizer
pra não saturar sua rotina
e a posse do destino
evocado pela esperança
remota de que
meu bem
rasgue os papéis
[o amor é vivo]

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