quinta-feira, 16 de março de 2017

sinto os dias,
tanto em particular as palavras,
evacuarem por tudo, 
do outro ângulo ali entre dedos, 
quem sabe o andar tenha sido atingido 
visto que vago é mais sem saber 
o porquê de irmos

como, sem ousar questionar 
onde ou quando, 
a gente escolheu parar? 
aceito todo argumento, 
e limito meu som, 
assim vou minando aspectos singulares 
que soariam afrontas à comunicação

dois corpos e essa 
distância conhecida 
por mínimos fins trágicos 
será que sequer fomos livres?

é possível enredo, 
entretanto retorno às palavras, 
em transtorno e indolores, 
despindo a narração intocada 
até por quem constrói essa estória

pois bem somos nós vívidos 
de mormaço e um quarto de medo, 
sequer livres do discurso rente, 
por descarte involuntário, 
nus de fantasias

fomos todos que desistimos 
somos
e cada vez
se desconhece
onde veio 
não sabe se vai 
é parte do medo 
é quase sempre 
fim

assim vão
os dias
e você

por aqui? 

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