domingo, 29 de junho de 2014

Dou-te a chance de partir inteiro

Desista de mim.
Desista como desisti e tenho desistido
Minutos, Instantes ...

Não mire meus olhos assim com tamanha candura
Deixe de sorrir ao me ver filmar o vento, as árvores, a mim.
Meus olhos estarão chorando A morte do leiteiro
O enterro de um amor fecundo por meras palavras Tamanho 12.

Veja bem os meus defeitos crônicos
E vire a próxima transversal antes de olhar para trás
Eu não tenho nada
Eu só faço histórias para não me sentir tão só.

Já navegou em águas traiçoeiras de um verão tempestuoso?
O meu amor é violento
A minha febre de alma é insaciável
Não sei roubar pela metade

Desista de me procurar em poesia romântica
Nós sabemos que a minha rima é singular
O meu enredo é pouco harmônico
E o meu tempo é a despedida

4 comentários:

  1. Que incisiva...

    ''Eu não tenho nada
    Eu só faço histórias para não me sentir tão só.''

    Sou parte desse clube, por isso o entendimento é recíproco.

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  2. "Eu não sei roubar pela metade".
    Certamente, aquele que ama está disposto a tudo.
    A tudo dar, a tudo retirar.
    Não faz sentido hesitar em ir até a exaustão das coisas.

    Até a próxima, Gyz

    Izan'

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  3. Bela poesia... Realmente não há companhia melhor do que as histórias que nós criamos, onde nossos personagens sempre representam um pouco de nós!

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