terça-feira, 6 de maio de 2014

Sol lá só

Quero-te bem mais do que na poesia
O físico, a molécula, teus passos e ascos
Quero poder traçar na tua pele a tatuagem rasgada pela língua 
À sangue e saliva
Para te ouvir uivar perante a lua cheia de nós

Teus grandes olhos de lenha queimada entregam a tua insanidade 
Pregada ao pecado desde o testamento de tua pureza negada
Revele o teu retrato! 
Abandone teu passado!
Colha os frutos de nossa tempestade tão serena,
Desfaça o tédio e beije até doer minha boca pequena 

Despenteados são os nós do teus cabelos sem cor 
Lá vem novamente o nosso verbo, nossa conjugação 
Amasso, te refaço 
E não me acho
Acho que nasci para ser só 

3 comentários:

  1. Boa tarde Gyzélle.. eu quem agradeço tua presença.. ando meio revoltado com muitas coisas dai meto em versos srsr
    sempre usas uma linguagem que arrebata para falar das coisas que muitos não conseguem ver.. as moléculas, as células, tudo que nos cerca e muitos ainda boiando neste sistema.. ainda sofro para abandonar o meu passado.. não da para jogar debaixo do tapete.. mas bem que ele merece uma belo chute no traseiro para que possamos ver coisas melhores a frente.. até sempre moça querida

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  2. "Desfaça o tédio e beije até doer minha boca pequena"

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