terça-feira, 22 de maio de 2012

De barro fiz a flor

O amor nasceu como rosa
Depois que plantei
No algodão do coração
Fiz um verso bonito
Com emoção.

A flor enfim cresceu
Exalou perfume inebriante
De tão bela
Entonteceu.

Eu fui espelho dessa rosa
Entreguei-lhe minhas prosas
De meu seio fiz teu pranto
De lágrimas
Um canto
Cai-cai.

Enfim, caí
No poço mais fundo que existia
Dos vermes mais toscos,
Fartei-me

Minha flor desabrochou
Mas logo murchou
Foi assim numa melodia lírica
Cheio de metáforas
Mórbidas.

Minhas órbitas dos olhos
Enrrubesceram
Quando minha flor perdeu a cor
Nada mais me apeteceu.

Pergunto-me se sou feita
De carne ou então
De barro sou,
Se os dedos são meu corpo
Ou uma máquina
De escrever a dor.

sábado, 5 de maio de 2012

O poema morreu!

Meu poema morreu enquanto eu o escrevia
estava criando forma, beleza
simplesmente faleceu
(Ou quem morreu fui eu?)
Não sei o que aconteceu
a coisa mais sublime que tive em mãos,
desvaneceu

Meu poema morreu antes de ser criado
antes que eu desse título,
sentido, ápice, rimas
ele não foi escrito e eu lamentando
essa partida

Talvez o poema não fosse extraordinário
devia estar desprezível, grosseiro
se ele morreu, pode não ter sido o que queria escrever
ou a pior coisa que escrevi

O poema parecia tanto comigo
um espelho refletido
desisti dele como fizeram de mim
deixei ele morrer
como morri

Inocência

O dia acordou bonito
Coloriu meus olhos através da vidraça
O sol contemplou esse corpo frágil
Era um domingo de céu azul
Nebulosa de inocência blue.

Andei pelas florestas
Pântanos, campos
Descalça meus pés brincaram com a grama
E girassol sorriu para mim
Estou apaixonada por essa natureza vaga
Uma cantiga afinada.

O rádio tocou as músicas mais antigas
Cantei e os pássaros riram de mim
E logo eu ri da esperteza
Eu sou apaixonada pela natureza.